terça-feira, 20 de março de 2018

parte II Orgia de luxo: casal participa de sociedade secreta e conta detalhes de noite erótica!!

Continuando...

A NOITE POR ELE
Marcos Nogueira, 44 anos, jornalista
O prenúncio da noite é ótimo. Nosso taxista ouve música erudita no último volume. A orquestra toca Concerto para Violino em Mi Menor, Opus 46, de Mendelssohn, quando o carro nos deixa na recepção de um hotel cinco estrelas de São Paulo. Nosso destino é a suíte presidencial e, para ter acesso a ela, precisamos dizer a senha a uma funcionária dentro de um tailleur discreto. A moça ouve a palavra mágica e procura em uma lista o nosso nick, codinome usado pelos casais liberais. Com um sorriso protocolar, despede-se enquanto insere no painel do elevador o cartão que nos daria acesso ao andar da festa, um dos mais altos do arranha-céu – o mesmo aposento que outrora fora ocupado por Michael Jackson.
Outro casal nos acompanha na viagem para o alto. O trajeto, sem escalas, demora poucos segundos – segundos de puro constrangimento com estranhos que, como nós, se dirigem à orgia mais sofisticada que o país veria nesta década. Ele, alto, magro e moreno, veste calça social e camisa escura; ela, com o cabelo castanho preso em um coque, usa saia preta e blusa tomara-que-caia prateada. Nós quatro evitamos qualquer contato visual e seguramos a respiração involuntariamente. Na entrada para o setor social do aposento, já com os pulmões cheios de ar, vejo duas moças. Elas mantêm a postura ereta e congelada, como guardas palacianas. Vestem apenas uma capa de tecido acetinado com capuz e máscara veneziana. Tal capa é aberta na frente e deixa à mostra os seios, a vagina e as incontáveis tatuagens das recepcionistas.
Lá dentro, numa ampla sala com vista para o skyline paulistano, o clima é de uma reunião social comum. Há casais espalhados pelos numerosos sofás, mesa de salgadinhos e garçons circulando com vinho, espumante e uísque 12 anos. Aquele encontro seria restrito à elite do meio libertino, a um petit comité de 20 casais, se tanto. Mariana e eu entramos porque conhecemos de longa data Jacques, o francês que organizou a orgia. A trabalho, estivemos em suas festas na Côte d’Azur e em um palácio barroco na Lombardia. Ele nos cumprimenta com beijos – no rosto, diga-se. Logo em seguida encontramos Júlio e Priscila, um casal do interior paulista que conhecemos na orgia da Itália. Mais adiante, cruzamos com Facundo, um argentino que estava na festa de Saint-Tropez.
Minha relação com a Madame O começou em 2009, quando Jacques deu sua primeira festa em São Paulo. Na época, eu trabalhava em uma revista masculina e fui introduzido a um universo que nunca imaginei frequentar: o das orgias de alto luxo. Filiei-me à sociedade libertina e segui o circo de Jacques pela Europa. A palavra 'circo' é apropriada porque o promoter tem uma trupe de artistas que encenam situações eróticas – do burlesco delicado ao hardcore total – para estimular os convidados a esquecer as taças de lado e transar. O Brasil representa 25% dos membros da rede. Depois da festança de 2009 houve mais duas orgias, até que os parceiros (de negócio) que Jacques tinha no país deixaram o meio devido a problemas pessoais. Ele agora busca novos interessados em ajudá-lo a reestabelecer um calendário libertino ao sul do Equador. A festa no hotel é apenas um aperitivo para o grande evento que está sendo planejado para novembro, em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
Por volta da 1h, horário previsto para o início da “brincadeira” que, segundo o convite, deveria terminar às 4h, a coisa começa a esquentar. Em tese, eu e Mari passaríamos a noite incógnitos. Nossa condição de jornalistas, porém, é logo revelada a todos por Priscila. E isso não parece incomodar ninguém. Conversamos com nossa amiga interiorana quando, num cruzar de pernas, vejo que ela não usa calcinha. Priscila percebe que eu notei e se encolhe em recato. A poucos metros dali, as duas atrizes encapuzadas trocam carícias tíbias, interrompidas por risinhos nervosos. Jacques se aproxima delas e diz alguma coisa, possivelmente palavras de ordem. Assim que ele se afasta, as moças elevam a temperatura da encenação e passam a se pegar como se não houvesse amanhã. Fazemos a ronda dos quartos. Em um deles, um casal já faz sexo; em outro, um grupo de jovens discute alegremente.
De volta à sala, um grupo de quatro pessoas conversa em pé. Facundo, o argentino, explora com a mão esquerda cada centímetro das nádegas de uma mulher que não é a dele, sobre o vestido. Todos na roda fazem cara de paisagem. Com exceção do marido da apalpada, que tem as mãos no bolso e olha para baixo em sinal de visível desconforto. Após alguns minutos, o grupo se dispersa. Mari e eu vamos para o quarto dos jovens e nos sentamos numa poltrona. Sobre a cama, três casais ainda vestidos se divertem. Uma menina se mostra incomodada com a trilha sonora – música lounge – e sugere substituir o iPod da festa por um outro. 'Mas quem traz iPod para a suruba?', reage seu namorado. O quarto inteiro desaba numa gargalhada que, todos sabem, é fruto de uma altíssima tensão sexual.
Em poucos minutos, as piadas evoluem para brincadeiras de matiz francamente erótico. Peças de roupa caem, e os beijos dos casais ficam mais quentes. A cama seria palco da primeira troca de parceiros da noite. Nós ficamos no ambiente até o limite da possibilidade de observar a cena sem participar dela. Mari me conduz até a sala, onde duplas esparsas se pegam nos sofás. Jacques, o dono da festa, está de conversa mole com uma mulher – Claudia, sua esposa, havia ficado na Europa –, com uma mão boba aqui e uns beijinhos ali. Então vamos ao outro quarto para ver três casais numa transa coletiva. Priscila e o marido Júlio estão nesse grupo. Àquela altura, todos os convidados restantes já perderam alguma peça de roupa e se envolveram em algum ato sexual. Menos nós, que estamos lá com o objetivo de ver e registrar mentalmente a experiência toda.
É tarde, muitos já deixaram a festa e decidimos por bem ir embora. Nada contra as orgias de luxo, mas queremos privacidade neste momento: tudo o que vimos e registramos ainda nos será muito útil por várias noites.”
Reportagem feita a pedido da Revista Marie Claire.

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